Juventude Crítica

Ciberativismo no Brasil

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Numa fase de diminuição drástica da exclusão digital, a maior parte da população brasileira tem acesso às tecnologias de informação. Isso ocorre devido à facilidade de compra de celulares e computadores dos mais variados preços. Nesse parâmetro, o Brasil vive uma fase marcada pelo ciberativismo – uso de tais meios de comunicação para fins políticos – e enfrenta o desafio de lidar com o abuso da liberdade de expressão.
O ser humano sempre buscou meios de disseminar seu ponto de vista com intuitos transformadores. Exemplo disso é observado ainda na antiga Reforma Protestante na qual Lutero afixou suas 95 teses contestatórias na Igreja Católica. Contudo, com o passar do tempo, outros meios foram sendo criados para atingir um maior contingente populacional. A imprensa, inventada por Gutenberg, revolucionou a propagação dos interesses políticos iluministas e, hoje, a internet ocupa um espaço ainda mais significante. Através dela, é possível acessar sites partidários, bem como compartilhar vídeos que possuam o objetivo de disseminar propostas políticas instantaneamente.
Todavia, além de boas perspectivas para o ciberativismo, alguns problemas, como o desrespeito ao outro, se manifestam. Segundo Max Weber, a sociedade ocidental se diferenciou muito devido ao seu avanço tecnológico, o que explica o Capitalismo. Porém, tal progresso é utilizado de formas distintas pelos brasileiros. As redes sociais, por exemplo, foram os meios fundamentais para a união popular no movimento de impeachment de 2015. Em contraposição, tais veículos também foram usados para o preconceito contra os nordestinos ao final das últimas eleições presidenciais. Nesse sentido, é notável que a internet é uma ferramenta política extremamente útil, mas que enfrenta a ultrapassagem de limites éticos e morais.
Dessa forma, a relevância dos aparatos tecnológicos de comunicação é inegável e deve ser valorizada. Contudo, alguns limites precisam ser impostos para o respeito integral de todos os usuários. Semelhante ao Marco Civil da Internet de 2014, a atuação humana em tal meio deve ser regulada por leis. O governo deve propor medidas severas àqueles que cometerem qualquer tipo de intolerância nas redes sociais. Para isso, as empresas responsáveis devem dar suporte ao indivíduo para prestar a queixa. Se a liberdade de expressão e a tolerância ideológica forem garantidas, a internet será, mais do que nunca, uma ferramenta propagadora de ideais políticos capazes de transformar a nação.

Mariana Soprana

Aluna do Gauss – Centro de Estudos.

HENRIQUE VIANAHENRIQUE VIANA
Licenciado em Letras pela UNEB,
Especialista em Estudos Linguísticos:
Leitura e produção textual, pela UNEB,
Professor no Gauss – Centro de Estudos.