O aumento das DSTs entre os jovens no Brasil

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Ifen

“Hoje a tristeza não é passageira / Hoje fiquei com febre a tarde inteira”. Esse é um trecho da música “A via láctea”, de Renato Russo, na qual o cantor – que era portador do vírus HIV- retrata a dor dele e o pessimismo em relação a uma infecção pouco conhecida na década de 90. Na contemporaneidade, mesmo com os avanços científicos que permitiram mais informações sobre as formas de transmissão e prevenção, observa-se o crescimento dos casos de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) entre os jovens. Diante disso, deve-se analisar como a imprudência juvenil e a omissão social contribuem negativamente para situação.

Em primeira instância, é primordial avaliar que a irresponsabilidade dos jovens é um entrave nessa problemática. A esse respeito, é notável que, apesar do avanço no tratamento das pessoas com vírus HIV – mesmo sem ainda haver a cura – e da desconstrução do diagnóstico como sentença de morte, há atualmente a inconsequente banalização do uso de preservativos pelos jovens durante o sexo, propiciando a proliferação de DSTs entre eles. Aplica-se, sobre esse contexto, a tese do filósofo Schopenhauer que considerava um erro o homem sacrificar a sua saúde em detrimento de qualquer vantagem momentânea. Logo, é inadmissível que, dispondo de tantas informações e métodos preventivos, ainda ocorra esse retrocesso no combate a tais doenças.
Além disso, o fato do assunto sexo ainda ser um tabu social é outro agravante nessa questão. Sob essa ótica, a ausência de um diálogo esclarecedor sobre esse assunto, na maioria dos núcleos familiares, ocasiona o início da vida sexual dos jovens de forma imatura e a consequente prática sexual desprevenida. Prova disso é o dado divulgado pelo Ministério da Saúde, no ano de 2016, no qual 6 em cada 10 jovens mantiveram relações sexuais sem proteção. Assim, não é razoável que a inexistência de comunicação, propagada ao longo das gerações, caracterize-se como um empecilho na resolução do impasse.
Urge, portanto, a necessidade da cooperação de diferentes segmentos sociais para reverter esse quadro. Para isso, as escolas, em parceria com os serviços de saúde dos municípios, devem promover campanha sobre a gravidade do sexo sem proteção, por meio de palestras com profissionais de saúde no ambiente escolar, com objetivo de esclarecer as dúvidas dos jovens. Essas atividades podem ser abertas aos pais, de maneira a incentivar o diálogo familiar e a quebra do tabu existente. Ademais, os canais televisivos precisam abordar essa temática com seriedade, por intermédio das novelas, com personagens adolescentes, de modo a atingir o público-alvo. Dessa forma, é possível modificar o cenário de tristeza retratado, por Renato Russo, na letra musical.

Texto de Alan Gomes
Ex- aluno IFEN
960 e 980 na Redação do ENEM
Grupo IFEN de Redação
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