Os desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil

Publicado:

Em sociedades antigas, como a espartana, havia a prática do infanticídio de crianças consideradas “defeituosas” devido a crença de que elas enfraqueciam a nação. Com o decorrer dos séculos, essa mentalidade mudou e, atualmente, existe uma preocupação com a acessibilidade, em especial, dos deficientes auditivos. No Brasil, os surdos possuem direitos garantidos pela Constituição, no entanto, ainda há desafios para a formação educacional dessas pessoas, tanto pela inaplicabilidade das leis, quanto pela intolerância exercida por parte da população.

Em primeiro plano, a falta de efetividade da legislação brasileira é um empecilho à educação dos surdos. Segundo Hanz Kelsen, toda lei deve ser dotada de validade e eficácia. Por analogia, esse pensamento deve ser aplicado à realidade nacional, na qual a Carta Magna garante a obrigatoriedade de materiais específicos e profissionais qualificados para atender os estudantes surdos e, por vez, isso não ocorre na prática. Desse modo, o deficiente auditivo sente-se desmotivado a estudar, por conta da ausência de um suporte eficiente pelo Estado.

Além disso, o caráter incompreensivo, por parte da população, tende a intensificar as barreiras para educação dos surdos. De acordo com Augusto Cury, somente no terreno da tolerância pode-se obter o respeito e igualdade entre todos. Nesse sentido, a falta de cooperação da sociedade, atua negativamente para a formação dos surdos, a exemplo da discriminação e do “bullying” que alguns estudantes com essa deficiência sofrem dos colegas e, até mesmo, de alguns profissionais do âmbito escolar. Dessa forma, devido à falta de acolhimento nas instituições de ensino, os alunos surdos são desestimulados a continuar nos estudos e alcançar uma formação educacional.

Infere-se, portanto que os desafios para a formação educacional dos surdos são oriundos da má aplicação das leis e da intolerância por uma parcela da sociedade. Por isso, cabe ao Governo Federal, juntamente com instituições financeiras, criar um fundo nacional para a educação inclusiva, com efeito a destinar recursos para a capacitação, profissional, bem como para a oferta de material específico aos surdos, nas escolas públicas. Ademais, as Secretarias Estaduais e Municipais devem implantar ensinos que abordem o respeito para com os surdos, juntamente com aulas de libras, com intuito de diminuir os preconceitos e estimular a comunicação entre surdos e não surdos. Assim, o Brasil tornar-se-á um exemplo na formação educacional dos deficientes auditivos.

Texto de Mateus Ponsoni
Nota 960 no ENEM 2017 – 160 na 01
Cursando Medicina na UFOB
Ex- aluno Pré-Med Gauss

Clique no link e participe do GRUPO NO WHATSAPP
Clique no link e participe do CANAL NO WHATSAPP

Seu comentário