Veja efeitos da crise entre jovens brasileiros, segundo CIEE

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Estudantes participam de hackaton organizado pela Natura em 2014
Foto: Divulgação/Natura
Duas recentes enquetes do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) sobre o peso da crise na vida de jovens e estudantes mostram algumas das dificuldades sofridas por eles na atual situação do país. As pesquisas mensuram desde dívidas com educação até mudança de hábitos por falta de dinheiro no bolso.

O mais alarmante dos dados é que 15% do grupo de estudantes brasileiros está com dificuldades em pagar pelos próprios estudos. De um espaço amostral de 7,5 mil respostas, 11% alegou estar em débito com as parcelas do ano letivo na faculdade.
Com 2% para cada tópico, chamam atenção também os grupos que tiveram que trancar a matrícula ou até abandonar o curso por não conseguir arcar com as parcelas.
“O quadro mostra a importância dos programas de estágio e de aprendizagem para continuidade dos estudos, pois são atividades remuneradas”, diz o instituto em nota. “A bolsa-auxílio dos estagiários e o salário dos aprendizes ajudam no custeio das mensalidades, além de complementar os orçamentos familiares.”
Como EXAME.com já noticiou, nos primeiros cinco meses de 2015, o número de matrículas pelo Fies caiu pela metade, comparado ao mesmo período do ano passado. O congelamento de novas vagas é outro dos fatores que prejudicou parte desse grupo que esperava conseguir financiamento ainda em 2015.
No fim de setembro, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que pode ajudar a melhorar a situação do Fies em 2016. A Medida Provisória 686, editada em julho pela presidente Dilma Rousseff, estabelece um crédito extraordinário de R$ 5,18 bilhões para o programa.
Em pesquisa desta semana, o CIEE perguntou a sua base de jovens cadastrados quais deles haviam mudado hábitos de lazer em virtude da crise. Do universo de quase 9 mil respostas, 41% afirmaram que sim, sendo lazer (28%), vestuário (18%) e alimentação (4%) os itens mais críticos.
O desaquecimento do consumo é um dos fatores que interfere na taxa de desemprego. Com menos rentabilidade, empresas contratam menos, gerando um círculo vicioso. No final de ano, inclusive, este é um problema para os que tinham a esperança de conseguir trabalho temporário para complementar a renda.

Raphael Martins, de EXAME.com

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